terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Que estranho é...

Que estranho é a vida que vivemos, os amores que perdemos, o tempo que nos queixamos que não temos e mesmo assim, apesar de, por causa de, continuamos tentando. Continuamos tentando viver, viver essa vida estranha, onde a sociedade perdida se prende em julgamentos estabelecidos, por alguém que na verdade não é ninguém e ao mesmo tempo é todo mundo. Nos perdemos ao tentar estabelecer padrões, nos perdemos em nós mesmo e na nossa inconstância, na nossa contradição,  na nossa mania arrogante e egoísta de pensar que somos os diferentes. Afinal se somos diferentes porque queremos tanto ser iguais? Porque buscamos de modo tão inconsciente e involuntário a aprovação do outro? Porque somos fracos, somos humanos, vivemos, amamos e perdemos tempo. E perdemos tempo porque queremos, porque somos hipócritas nos nossos julgamentos e preconceitos. Afinal quem disse que alguém tem que ser igual a imagem perfeita de um ser superficial que eu tenho em algum canto bem escondido da minha imaginação? Eu não sou a imagem do outro e ninguém nunca vai suprir suas expectativas e o amor que tanto nos preocupamos em espalhar vira aquele desamor, culpado do pré-conceito, dos julgamentos, das guerras, do sofrimento, da dor que queremos tanto que não nos atinja. Afinal, no final, nós somos a culpa, nós somos a cura, nós somos imperfeitos na nossa mascara de perfeição e sensatez. Nós erramos querendo acertar, nós nos erramos na nossa incerteza. Damos um tiro no escuro, fingindo que temos o que todos querem e que podemos ser iguais sendo diferentes. Não somos culpados e ao mesmo tempo somos, não podemos solucionar tudo e na verdade podemos, mas não conseguimos, porque no final de tudo somos só seres humanos, somos assim, fracos, hipócritas, errados e certos, vivemos, amamos, julgamos e somos julgados. Que estranho é ainda perdemos nosso tempo tentando em vão mudar a nossa natureza.