quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Eu disse o pra sempre

 Uns pensamentos meio doidos, a madrugada passou, o tempo não voltou e eu não pude consertar os erros que não fui eu que cometi. Tudo que eu disse era verdade, eu prometi o meu sempre, enquanto eu sabia que podia ser só um talvez. É incrível que eu ainda tô aqui, totalmente vulnerável, aberta, acordada, mas aqui. Porque eu falei que era pra sempre, que eu iria até o fim, em todas as formas que eu podia ser machucada você fez. E pode parecer loucura, mas o meu pra sempre ainda tá aqui. Pode parecer tóxico. As vezes até loucura, eu me sinto louca, principalmente porque não era isso, então eu tô aqui, esperando um momento em que eu vou seguir em frente e não olhar pra trás sem pensar nas possibilidades do talvez. Ao mesmo momento machuca e reconfortar. Eu disse que não adiantava você me afastar, eu ia tá aqui pra quando você precisasse... não é mais questão de ser trouxa, é só que eu disse, eu disse que seria sua amiga pra sempre, que eu amava até seus milhões de defeitos ou melhor que te amava apesar deles, te aceitava. Eu não sei quebrar uma promessa, principalmente quando é feita de todo coração. E pode ser que um dia eu olhe pra trás e deixe tudo aquilo ali, sem mexer, sem doer, sem olhar, sem sentir, sem amar. Agora eu só não consigo. Agora só não dá. Eu só vou estar aqui quando tudo não parecer fazer sentido, quando você só quiser o silêncio e se sentir não merecedor eu ainda vou querer segurar sua mão e mostrar que você sempre vai ter meu amor, minha amizade. 

Carta Aberta

 Carta aberta ao meu (ex) amor


Hoje, dia 07/09/20, eu resolvi parar de te amar. Não que o amor seja uma coisa fácil de parar ou de abrir mão, mas nesse momento eu só desisti, eu que quero parar de sentir tudo isso por você, vou lutar com todas as minhas forças pra não pensar no quanto o tempo que passamos ficando foi bom e tentar lembrar de todos os momentos em que eu me senti patética demais por ter todos esses sentimentos por você. Que me invadiram sem pedir permissão, você fez despertar o melhor e o pior em mim. Você nunca me prometeu nada e eu sempre soube que nunca poderia cobrar, mas seu joguinho de entrelinhas de falar uma coisa e dizer outra ou fazer outra depois me cansou demais, fez com que eu me apaixonasse cada vez que você era uma boa pessoa. Fez com que eu acreditasse em exceção, que existia algum sentimento, que se complicado, mas que com o tempo daria certo. Eu acreditei nos seus não ditos e esse foi meu maior erro. Acho que eu sou meio tola, meio iludida, meio trouxa. Menti pra mim por um tempo e não queria admitir que eu tinha sentimentos, porque eu sabia seus termos e eu não queria perder o que a gente tinha. Eu só não entendo porque não, porque não tentar. Porque não comigo? Porque não eu? Porque eu não sou gostavel ou insuficiente pra você? Porque com você não rolavam as borboletas no estômago e a química? Porque que com todas as outras depois de mim era um sim e comigo era um nunca? Porque você mentiu tanto pra mim se eu sempre te perguntei se era? O que me machuca mais é saber que foi tudo mentira, até quando parecia verdade, que nunca foi importante pra você, que nunca foi o que eu achava que podia ser. Eu sou dramática, intensa e exagerada. Infelizmente esse é seu jeito de sentir. Mas eu acho que nenhuma desculpa sua vai conseguir mudar o fato de que você me machucou. Me machucou a maneira que você terminou as coisas e o que me falou, me machucou vendo você querer namorar outra menina, me machucou saber que você começou a namorar outra, me machucou saber que você sentia pena de mim, me machucou você ter ido pro meu aniversário pela sua amiga e não por mim, me machucou você mentir pra mim quando eu achava que isso era a última coisa que você podia fazer, me machucou você rir de mim pelas costas, me machucou você fazer chacota com meu nome, machucou você falar pra mim uma coisa e outra coisa pra outras pessoas... você brincou tanto comigo e ainda teve a cara de pau de dizer que não queria me machucar. Babaca. Covarde. Você é meu ex sim, ex qualquer merda que a gente teve, mas você sabe que é. Mesmo negando. Sabe o que é pior disso tudo que eu ainda te amo. Talvez não ame você, mas a versão que eu tinha de você. Eu me arrependo tanto de ter ficado com você, de você ter sido meu primeiro, de um dia ter caído nas merdas que você me falava. E mesmo assim eu ainda transaria com você, porque eu não posso mentir mais pra mim. Eu sou só muito burra. Como eu posso ter lido alguém tão errado? Como eu posso ter te defendido pra todo mundo e agora eu tô de coração quebrado? E o pior é que entrou na minha vida justo quando eu precisava de alguém, se fez presente, se fez especial e depois fez questão de me fazer chorar todos os dias. Você me deu amor sem amar. Não vou dizer que não desejei que você morresse, que quis transformar sua vida em um inferno... Mas agora eu só espero que você melhore, melhore por você, perceba onde errou e nunca mais faça alguém sofrer assim. Não desejo mais o pior pra você, eu não consigo. Como diria Gustavo mioto, eu só quero que você seja feliz com ou sem mim. Por mais que isso me faça trouxa. Eu ainda acredito que você possa ser melhor. Obrigada, porque isso só vai me fortalecer e amadurecer. Mas não faça com mais ninguém, ninguem merece essa dor. 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A primeira vez

Me mexi um pouco desconfortável na cama espaçosa tentando tirar aqueles braços de cima de mim. Ainda não era hora para surtar por isso, eu precisava achar meu celular e minhas roupas. O cara que estava ao meu lado começou a se mexer me soltando mais de seu abraço virei meu rosto em sua direção e seus olhos estavam abertos me olhando, com a expressão confusa. 

Eu não tinha percebido, ele tinha um sorriso meio sacana nos lábios enquanto passava as mãos sobre mim. Por um minuto eu me hipnotizei e sorri de volta, aceitando o encostar de lábios quando ele veio em minha direção. 

“bom dia” ele sibilou com a voz um pouco rouca de sono  “tá tudo bem?” balancei a cabeça afirmando que sim e busquei no meu cérebro alguma palavra pra falar, mas eu não conseguia, naquele momento havia entre mim e um estranho a maldita de uma conexão e eu não sabia de onde isso vinha. Eu não sabia seu nome, quer dizer seu primeiro nome, sabia o sobrenome idiota que todo mundo o chamava que até mesmo agora saiu da minha mente. Desviei o olhar do dele torcendo para que o ar que eu nem sabia que havia perdido voltasse. 

Minha calcinha!

Foi o que eu consegui avistar e me desvencilhei do seu contato saindo até mesmo do lençol e pegando a minha peça intima, ele ficava deitado na cama me olhando enquanto eu me vestia com aquela calcinha listrada horrorosa. E pelo jeito que eu sentia minhas bochechas queimando eu estava vermelha. Que bela cena devia ser, eu só de calcinha, vermelha e tentando localizar meu celular. Olhei pra ele e ele sorriu pra mim. 

“você viu meu celular?” falei um pouco baixo, morrendo de vergonha. Me sentindo extremamente patética por estar ruborizada e com vergonha de alguém que eu acabei de transar. E riu um pouco e se sentou na cama, eu prendi a respiração achando que veria seu pênis, não que eu não tenha visto na noite passada ou que eu nunca tenha visto outros na vida. Mas o que estava se passando ali comigo é que eu estava confusa, por um lado feliz e realizada por outro com todos os meus sentidos gritando que eu poderia ser expulsa de casa, porque passei a noite fora, sem avisar pra ninguém, quando eu já havia dito que dormiria em casa.

“aqui” ele me estendeu ainda sorrindo ou rindo. Talvez ele estivesse rindo da minha cara de desespero e pensando o mesmo que eu, eu sou patética. Patética ao cubo se quiserem saber minha real opinião. Peguei o celular sorrindo de volta e agradeci com um aceno de cabeça. 

Ele continuava sentado, me olhando enquanto eu desbloqueava o celular pra descobrir vinte e sete chamadas perdidas, não consegui ver de quem era porque nesse exato momento ele começou a tocar na minha mão e mostrar a foto da minha mãe. O garoto-sem-nome arqueou as sobrancelhas quando por um momento sem total certeza do que fazer eu o olhei. Bem ele não me conhece, não sabe a merda que pode sair disso tudo. 

“Alô?” Eu pude primeiro escutar um suspiro do outro lado da linha antes que meus tímpanos fossem brutalmente assassinados pela voz esganiçada de raiva da minha mãe. 

“SUA MERDINHA ONDE VOCÊ TÁ?” e então foi nesse momento que eu sabia que qualquer coisa poderia ser inventada, literalmente qualquer coisa, que minha mãe e minha avó comprariam. Olhei mais uma vez pro garoto semi-nu me encarando agora com o cenho franzido. Ah como eu odeio ligações. 

“eu tô na casa da Lisa, ue” Sonsa. Nunca fui tão sonsa em toda a minha vida. E muito burra também porque eles achavam que eu ia estar na casa da Alice. 

“venha pra casa agora, eu não quero saber, Giovanna. Você acha que a gente é idiota? Falou que ia pra um canto e foi pra outro, a gente foi na casa da Alice e ela ficou tão perdida quanto a gente sobre essa sua aventurazinha. Sua avó queria chamar a policia!” Eu tenho certeza que passei de um pimentão para uma folha de papel. 

“ta, ta bom, mãe. Eu to indo” 

“Não demore!” e ela desligou o celular enquanto meu coração batia feito louco e eu saia pelo quarto procurando minha roupa de líder de torcida, no momento eu que precisava de uma torcida pra não ser morta viva assim que eu chegasse em casa e não conseguisse sustentar uma mentira se quer. Achei perto da cama a saia e a camisa e fui me vestido. 

“Giovanna?” Ah ótimo, ele sabia meu nome e eu não tinha nem ideia o dele “tá tudo bem?” eu sabia que ele tava se aproximando de mim, por alguma conexão esquisita que a gente tinha criado e me arrepiei com isso. Sentei na beirada da cama para botar meu tênis e ele me abraçou por trás me beijando na curva entre o pescoço e o ombro. Eu tentei responder alguma coisa, mas acho que saiu mais como um gemido. Me afastei um pouco pra poder colocar o pé no outra lado do tênis e consegui por um segundo clarear minha cabeça. 

“eu preciso ir pra casa, tipo agora” ele continuou me beijando enquanto eu tentava me concentrar e calçar a porra do meu sapato que parecia a coisa menos irrelevante ali naquele momento. Assim que dei um laço pulei com tudo, porque eu juro que mais um beijo molhado daquele e eu tirava a roupa toda de novo. 

“você não vai nem me passar teu numero?” ele perguntou com uma carinha de safado misturado com fofo que eu não sabia até aquele momento que era meu tipo todo. 

“vou, me dai ai teu celular” eu disse rindo e ele me entregou. Sentei na cama outra vez com ele ainda atrás de mim. Coloquei meu número rápido ali e ele riu um pouco. "Dias? Eu também tenho esse sobrenome" ele disse e eu não podia achar a situação mais estranha. Entreguei o celular de volta a ele e fui atrás de uma liga de cabelo que eu sabia que havia levado e então ele virou pra mim de novo. 

“aqui não ta aparecendo o whatsapp” falou desconfiado deitando ao meu lado na cama enquanto eu procurava por ali a liga. Eu ri, me virando pra ele. Ele me roubou um selinho e eu sorri verdadeiramente. Caralho menino sem nome, como você fez isso? “salva o meu no teu e me manda um oi” 

Isso era sensato. 

Peguei meu celular. Adicionar contato novo. Nome. 

Eu tremi por um minuto. Eu não sabia o nome, só o sobrenome que todo mundo chamava ele. Olhei ele que nesse minuto já estava me abraçando de lado olhando junto comigo na tela do celular. Eu ia começar a digitar Mendes e ele me olhou 

“tu não sabe meu nome ne?” eu gelei e dei meu sorriso mais forçado pra ele “Lucas” foi tudo que ele falou e saiu do meu lado rindo. Salvei o numero dele e desisti de achar a liga. Fui buscar o aplicativo do uber no me celular e ele estendeu uma nota de vinte pra mim. Eu primeiro achei ofensivo senti meu coração começar a doer. 

“eu não sei quanto vai dar o uber pra tua casa, linda e to cansado demais pra ir te deixar” e ai meu coração se desmanchou “essa semana a gente sai pra jantar juntos em algum canto ai eu vou de carro prometo” eu não estava entendendo nada do que estava acontecendo então só acenei com a cabeça e fomos andando juntos lá pra fora esperar o carro. Eu não queria ir. Não se fosse ter que enfrentar a minha avó irritada, nem queria sair de perto dele, parecia tão bom, tão certo. Lucas. 

Mas ao mesmo tempo queria colocar a cabeça no lugar, eu havia acabado de perder a virgindade com um menino que era um estranho pra mim e foi simplesmente perfeito. Por favor, eu só não quero me envolver agora. Eu não preciso disso. Mesmo com essa nossa conecxão magica. Só não.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Te amo/odeio

Tem horas que eu te odeio. Que eu te odeio tanto, mas tanto que chega eu consigo sentir isso em todo o meu corpo. E então eu me pergunto o porquê desse odio todo e me dou conta que é só porque eu te amo. Eu te amo mais do que eu queria, eu te amo mais do que o sentido romântico disso, eu te amo pela pessoa que você é, pelas coisas que eu enxergo em você que nem mesmo você enxerga. Eu amo a forma que nosso silêncio é algo agradável, porque eu gosto do silêncio e você também. Eu amo a forma como você implica com tudo que eu faço. Eu amo a forma com que você se importa e na verdade por fora diz que quer que se foda. Eu amo o quanto você consegue ser forte por tudo que já passou, mesmo eu não sabendo qual é esse tudo, eu sei que existe. Eu amo sua mania chata de jogar o tempo todo. Amo seu esforço no trabalho. Amo o jeito que você trata seus primos. Eu amo as músicas que você escuta e quando reclama que eu canto junto. Eu amo você em cada detalhe, e não porque seus beijos me faziam sempre querer mais e não porque você conseguia fazer meu coração acelerar e descompensar em segundos. Nunca foi o sexo. Foi aquela apresentação tosca no quartinho e todas as vezes que você me deixou entrar na sua vida e que você entrou na minha. Foram as noites vendo filmes ruins e as piadas sobre comida, foi você me escutando e tentando dar algum tipo de conselho mesmo sendo péssimo e não tendo paciência com isso. Foi a saudade de tá perto e não do sexo. Foi tudo que você representou pra mim, então eu te amo tanto que te odeio por você não conseguir entender isso. E tudo bem você não tá pronto agora ou antes, e tá tudo bem se quando você estiver pronto seja com outra pessoa. Eu quero você feliz. Porque é isso que se quer pelas pessoas que ama. Não importa meu ciúmes ou qualquer coisa que eu vá sentir junto. Tudo que eu quero é que você seja feliz. Porque eu infelizmente te amo tanto que me faz te odiar.