Por toda a
minha vida eu esperei ansiosa por aquele que fosse me tirar do chão com apenas
um toque, sem ao menos precisar de lábios nos lábios, eu esperei por aquele me
faria perder o fôlego com a simples aproximação ou que fizesse meu coração disparar
com até meio olhar, mas eu não queria que ele fosse você.
Só que foi tão
inevitável não me sentir assim quando você me aconchegou em seus braços, me fez
carinhos e juras sem palavras. Só que agora estou aqui acabada e em cacos,
jogada a mercê da vida como, na verdade, sempre foi.
Sim, eu
sabia. Não, eu não devia. Mas simplesmente te amar, foi inevitável, quando eu
vi, lá estava eu, pronta para saltar de um precipício. E eu não estava
preparada. Eu não estou preparada para mais um coração partido, para mais uma
dolorosa partida, mais uma dor que queima em meu peito, não estou preparada
para nenhuma promessa quebrada, não pra ser enganada e não por você.
Eu poderia
ter previsto isso, eu sou fraca, e seu toque sempre havia me feito arrepiar. Sempre.
Eu sabia, todo esse tempo, que não deveria ter me aproximado tanto, que era
perigoso e sem volta. Sabia que as estradas tranqüilas e serenas que me levaram
até você, de maneira tão simples, não eram as que me distanciariam, não eram o
caminho de volta até meu abrigo contra você. Elas me abandonavam ali e sumiam. Então
as portas se fecharam e eu soube que estava presa e perdida, acumulando dentro
de mim esse sentimento que você jamais pode saber que existe.
Porque eu
sei, sim eu sei, que as lágrimas por você vão continuar caindo, e banhando meu
rosto, nos momentos em que eu estiver só e minha mente vagar até nós, mesmo você
não sabendo. Porque eu sei que vai continuar doendo mesmo que eu me afaste,
mesmo que você se afaste, na verdade é capaz da distância aprofundar a dor. Porque
eu só não consigo mais me ver sem você, sem sorrir ao ouvir teu nome, sem me
aninhar em teu peito antes de ir embora, sem sentir o seu perfume antes mesmo
de te ver, sem ouvir você dizendo que eu sou linda e que me ama, mesmo que seja
apenas como amiga. E é claro que eu sei que você se vê sem mim, você é um pássaro
que acabou de ser solto e agora só quer voar e voar e voar, cada vez mais pra
longe, você agora é livre e eu não vou conseguir suportar, não vou te
acompanhar, mesmo que doa. Você não é meu, nunca foi e nem nunca será.
Só estou
sendo tolinha mais uma vez, e mais uma vez por um cara errado, eu estou me
deixando levar. Sinto-me ridícula e patética, mas isso só acontece quando eu me
apaixono.
Então é
isso, eu me apaixonei, de novo, e dessa vez mais errado ainda, eu me apaixonei
por você. E pra piorar não sei o que fazer dessa vez, nem se a esse impacto
novo eu irei sobreviver. Essa dor é pior que as outras, corrói a machuca mais
ainda, eu não cai aos poucos, eu despenquei sem paraquedas em cima desse
sentimento maluco por você. E dói não te ter, e dói ficar longe de você. É como
se faltasse algo de mim, e eu juro que em nenhuma das outras vezes foi tão forte
ou intenso assim. E eu juro que eu nunca me senti assim.
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